sábado, 1 de janeiro de 2011

TRIBUTO AO GUGA

The Best

Domingo, 25 de maio de 2008. Nesse dia Gustavo Kuerten ou simplesmente Guga, como ficou conhecido o maior tenista brasileiro de todos os tempos, encerrava sua carreira profissional em grande estilo, participando pela última vez do torneio de Roland Garros, torneio este que o projetou mundialmente e onde ele fez história conquistando por 3 vezes o grand slam mais charmoso do circuito do tênis mundial.
Onze anos antes o nosso Guga entrava para a história do esporte com seu jeito descontraído de moleque, de manezinho-da-ilha (nativo da bela Ilha de Santa Cararina, Florianópolis) e como ele mesmo sempre fez questão de ser conhecido, tal a sua simplicidade. Gente boa, de família humilde(não confundir humildade com pobreza), cuja mãe, dona Alice, viúva e com 3 filhos, um deles portador de deficiência, com o apoio da dona Olga, avó do Guga, mostrou ao mundo que é possível criar um vencedor mesmo em meio a dificuldades, basta ter garra e caráter. Tive a felicidade de, nessa época, residir em Santa Catarina e viver mais de perto a emoção de ser torcedor de um esporte nada popular no Brasil. Os catarinenses sentiram orgulho daquele garoto, só se falava nele nas rádios, nas programações televisivas, nos jornais e se referiam a ele como “o catarinense Gustavo Kuerten.” Mas Guga representa mais do que o seu estado ou a sua adorada ilha. Ele representa um país, um povo apaixonado por esporte, sobretudo pelo futebol, mas que também sabe render homenagens a seus ídolos em qualquer área de atuação. Guga entrou para a galeria dos seletos cidadãos brasileiros que mostraram ao mundo o que nós somos capazes de realizar. Pelé, Ronaldo, Senna, Oscar, João do Pulo, Éder Jofre, Popó, Hortência, Maria Ester Bueno, Marta, Gustavo Borges, Cesar Cielo, citando apenas alguns grandes heróis nacionais entre os quais irá figurar o nome Gustavo Kuerten, ou simplesmente Guga. Formou uma dupla vencedora com Larri Passos, um professor de tênis que teve a sensibilidade de enxergar naquele menino, pelas suas atitudes, força de vontade, garra e técnica que estava diante de um futuro campeão e apostou todas as suas fichas nele. Mais que um técnico, Larri é também um pai, um irmão e um eterno amigo como o próprio Guga o define e foi figura fundamental para suas conquistas.
O mundo foi cativado com o jeito do manezinho, o jeito de ser e de jogar. 20 títulos mundiais na carreira, entre eles 3 vezes campeão em Roland Garros e número 1 do mundo por 43 semanas. O rei do saibro! Não é pra qualquer um, tem que ter algo de especial pra conseguir tudo isso. E ele tem. Infelizmente problemas físicos o impediram de ir mais além, mas ele jamais se deixou vencer por isso, muitas vezes jogou com dores, perdeu partidas mas ganhou muita admiração. Ouvi comentários do tipo  - o Guga está acabado para o tênis -  quanta ignorância e falta de respeito para com o atleta e cidadão Gustavo Kuerten, que é sem dúvida um grande vencedor e jamais estará acabado. Cada término de partida do Guga era marcado por muita emoção. Sua história de vida foi escrita com lágrimas e sorrisos, derrotas e vitórias, sofrimentos e alegrias como são as histórias de grandes personagens da humanidade. Além de grande atleta demonstrou também ser um grande ser humano, preocupado com o bem estar de pessoas necessitadas. Sempre doou parte de seus prêmios a entidades beneficentes e por fim fundou o Instituto Guga Kuerten, que oferece oportunidade a crianças portadoras de deficiência. Por tudo isso, recebeu talvez o maior reconhecimento em 2001, quando foi eleito “o catarinense do século”. Valeu Guga, o “manezinho da ilha”, o “catarinense do século” e sobretudo o “brasileiro” Gustavo Kuerten!