terça-feira, 24 de julho de 2012

DESRESPEITO AO TORCEDOR

Como eu disse no post anterior, voltaria quando tivesse algo que valesse a pena ser comentado, e voltei. Infelizmente para falar de algo desagradável e não das conquistas do Timão. Na verdade, neste post não farei nenhum comentário sobre o jogo e seu resultado, apenas sobre o fato acontecido.
O torcedor brasileiro ainda está longe de ser tratado com respeito. Apesar do Estatuto do Torcedor(Lei 10.671) ser de 2003 os organizadores dos eventos esportivos agem como se ele não existisse. No último sábado, 21, fui ao Estádio do Pacaembu para assistir ao jogo Corinthians X Portuguesa pelo Campeonato Brasileiro. O horário do jogo era ótimo, às 21:00 hs. Fui cedo e cheguei com mais de uma hora de antecedência. Estacionei nas imediações do estádio onde costumo deixar o carro para facilitar o acesso às bilheterias e  portões de acesso ao tobogã, lugar de onde normalmente vejo os jogos. Para minha surpresa e indignação fui informado de que a venda de ingressos estava sendo realizada apenas nas bilheterias do portão principal do estádio. Eu e milhares de pessoas tivemos que dar a volta no estádio para chegar no local. Como a venda estava sendo efetuada apenas ali a fila era enorme. Foram mais de 40 minutos na fila para comprar o ingresso e durante todo o tempo havia a presença indesejada dos tradicionais cambistas oferecendo ingressos. Via-se viaturas da polícia e policiais por todos os lados, porém os cambistas eram ignorados por eles. Para comprar meu ingresso tive que apresentar meu documento de identificação, o que acho justo, porém, fico me perguntando como os cambistas conseguem comprar tantos ingressos de uma só vez? Depois de comprado o ingresso para o portão ímpar do tobogã(vendido sem me perguntar qual portão eu preferia) fui para o local de acesso e tive que enfrentar outra fila enorme, desta vez formada no meio da rua com carros passando do lado das pessoas sem nenhuma supervisão de agentes de trânsito. Outro fato desagradável é que a fila também não tinha nenhuma regra, as pessoas entravam na frente das outras sem a menor cerimônia e os mais educados, para não arrumar confusão no meio da multidão, simplesmente aceitavam e a demora a entrar aumentava. Havia famílias com crianças na fila. Enquanto eu ainda estava na fila o jogo começou. Quando já estava próximo de entrar um cidadão do staff da dita "organização" do evento informou que o portão par do tobogã estava livre e que podíamos nos deslocar para lá. Não fui porque já estava quase entrando, mas me aborreceu o fato de venderem uma quantidade muito maior de ingressos para um portão do que para o outro e não informarem a possibilidade de acesso em qualquer dos dois desde o fim da fila. Quando entrei para me acomodar percebi novamente que o Estatuto do Torcedor fora jogado no lixo pois o lugar destinado a mim no ingresso estava simplesmente inacessível, ferindo o artigo 22, inciso II do referido estatuto. Acomodei-me como deu e assisti o jogo à partir do 25º minuto do 1º tempo. 
Acredito que tanto a CBF, entidade responsável pelo evento quanto o Corinthians, detentor do mando de campo, negligenciaram o Estatuto do Torcedor em seu Artigo 14, Inciso II, Alínea d, que trata da "expectativa de público", quando decidiram disponibilizar a venda de ingressos apenas nas bilheterias do portão principal do estádio, causando grande transtorno aos torcedores. O público total do jogo foi de mais de 33 mil, sendo quase 32 mil pagantes num jogo inexpressivo, mas isso é Corinthians, campeão da Libertadores.
Sinceramente espero que até a Copa do Mundo haja uma mudança de atitude quanto ao cumprimento da Lei e o respeito a nós, torcedores, que temos paixão por futebol e pelo time do coração.